quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Foco na Notícia

Petrobras tem nota de crédito rebaixada por dívidas e caixa negativo
A avaliação foi feita pela agência Moody's, de classificação de risco.
Brasil também teve sua nota reavaliada de positiva para estável.


Na noite de quinta-feira (3), uma das principais agências de classificação de risco, a Moody´s, rebaixou a nota de crédito da Petrobras por preocupações com o endividamento e o caixa negativo da empresa. Ironicamente, a má notícia chegou bem no dia em que a empresa completa 60 anos.
A decisão de rebaixar a nota reflete o elevado endividamento e a expectativa de que a empresa continue a ter grande fluxo de caixa negativo nos próximos anos. As agências de classificação de risco atribuem notas a uma empresa ou país, sinalizando quem oferece risco aos investidores.
O Brasil é considerado seguro. No entanto, a Moody’s também decidiu reavaliar a nota brasileira - que foi mantida - mas agora passou de perspectiva "positiva" para "estável". “Por motivos diretos, o grau de investimento continua valendo, mas a perspectiva é de redução da classificação de risco e isso deixa os investidores um pouco mais conservadores em relação à economia brasileira”, afirma Luis Afonso Lima, presidente da agência Sobeet.
A Moody’s justificou a decisão com base no alto endividamento do setor público, na queda dos investimentos e nas evidências de que a economia caminha para um período prolongado de baixo crescimento.
Este foi o segundo sinal das agências de classificação de risco de que os fundamentos da economia brasileira estão piorando. Em junho, outra agência, a Standard and Poors já tinha rebaixado a perspectiva da nota do Brasil. Para os economistas, a decisão agora da Moody’s reforça a necessidade de mudanças por aqui. “Na frente fiscal, você diminui o endividamento do setor público e, em segundo lugar, favorece a perspectiva de exportações. Ao tornar as exportações e as empresas brasileiras mais competitivas no exterior, nosso déficit de transações correntes pode não aumentar como está aumentando nos últimos meses”, complementa Luis Afonso Lima, da Sobeet.
Já o economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, aponta como o grande entrave a falta de um projeto que possa fortalecer a imagem do Brasil diante dos investidores. “O maior problema, insisto nesse ponto, é a falta de um projeto, de uma visão de pais que seja suficientemente forte pra atrair investidores e aumentar o otimismo com a economia brasileira. O governo não está conseguindo trazer esse otimismo tanto para a classe empresarial como também para os investidores estrangeiros”, finaliza Perfeito.

Edição do dia 03/10/2013
04/10/2013 00h43 - Atualizado em 04/10/2013 01h18

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